Notícia: Química e Derivados
Uma técnica estudada por doutorando da Unicamp, explora a luz solar e pode vir a se tornar uma nova fonte de energia.
A energia solar, tão abundante em nosso país, deve ganhar uma nova funcionalidade. A energia proveniente do sol pode ser transformada em energia química e vir a ser uma nova opção de energia. Este é o mote da pesquisa conduzida pelo químico Bruno Leuzinger, doutorando no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O pesquisador explica que a energia química está presente em todo lugar e em todos os instantes de nossas vidas. “Ela é armazenada nas ligações químicas, entre os átomos e moléculas. Então, a gente tem esta energia liberada a partir da quebra dessas ligações químicas. Exemplo é o processo de combustão. Quando vamos acender o fogão ou riscamos o fósforo, temos ali energia química. E ela será convertida em energia térmica para acender o fogo. Nos alimentos, também podemos observar a energia química. Quando ingerimos um alimento, estamos mandando energia química para dentro do nosso corpo”.
A conversão de energia solar em energia química pode ser feita de diferentes formas. Uma delas – e que é a forma que Leuzinger trabalha no estudo – chama-se fotodegradação da água. Neste caso, ele usa água e sol na geração de energia química. “A luz solar vai incidir sobre o material e ele vai gerar elétrons, que vão pular para a banda de transição do material e deixar uma vacância na banda de valente. Assim, temos o nosso circuito. E esses elétrons vão fazer a quebra da molécula da água. Daí, estaremos gerando hidrogênio e oxigênio”.
Ele conta que a ideia de pesquisar sobre o assunto surgiu a partir da preocupação com a questão energética, já que a demanda por energia cresce a cada dia. Uma possível limitação na oferta pode impedir o desenvolvimento tecnológico das nações. Foi então que Leuzinger decidiu aliar a curiosidade sobre tecnologia com uma necessidade social.
Energia limpa e renovável
A pesquisa está em andamento, mas já apresenta resultados promissores. Além de conseguir gerar energia química, a ideia é que, nos próximos passos, seja trabalhada a possibilidade de gerar químicos de alto valor que possam servir de insumo para a indústria cosmética.
Bruno conta que o maior desafio é o armazenamento e o custo de produção desse combustível, o que torna difícil sua produção em larga escala a um custo competitivo. Contudo, a comunidade científica tem realizado esforços para que, em breve, a sociedade possa usufruir de todo potencial que o hidrogênio possui como fonte energética.
“Atualmente, o hidrogênio pode ser empregado, principalmente, em aplicações ocupadas pelos combustíveis fósseis. Por exemplo, no setor de transporte e na produção de energia. A utilização desse combustível em substituição aos combustíveis fósseis, que eventualmente se esgotarão, pode ser bastante vantajosa. Além de ser uma forma de energia renovável, praticamente inesgotável, seu impacto ambiental é próximo de zero. Dessa forma, a sociedade se beneficiará da diminuição da poluição causada pelos combustíveis fósseis, podendo aproveitar de um ar mais puro”.
Além disso, como o hidrogênio possui uma maior energia por unidade de peso quando comparado aos demais combustíveis, espera-se que essa tecnologia também traga vantagens para a sociedade em termos de custo.
Fonte: https://www.quimica.com.br/pesquisador-transforma-energia-solar-em-energia-quimica-cfq/